Odalisca - Novel - Capítulo 98
Capítulo 98
-Sim. Ele estava abrindo uma exposição lá, então foi conhecer o local. Você ainda precisará de ferramentas de pintura para pintar sua arte para a exposição, então tenho certeza de que o negócio não será concretizado.
Liv estava prestes a lamentar, mas conseguiu se conter.
– Ah, ah. Eu vejo. Sim, entendo.
No mínimo, a mulher obviamente não sabia que o aluguel do lugar sairia do bolso de Brad. Liv ficou horrorizada com a notícia da decisão de Brad de segurar a mão do empresário.
Ele pensou que talvez devesse contar a verdade à mulher.
Mas ela não tinha certeza se era a coisa certa a fazer se intrometer e criar discórdia na família de outra pessoa.
Não tendo ideia do que se passava na mente de Liv, a mulher de repente estreitou os olhos.
—A propósito, aquele cara nunca te contou sobre a exposição? Tenho certeza de que ele se gabaria dela em todos os lugares.
Como ela disse, por causa da personalidade de Brad, ele espalharia a notícia de sua exposição por toda parte. Liv imediatamente concordou com a cabeça.
—Ouvi falar disso, mas pensei que ainda não estava resolvido.
O responsável pelo orçamento familiar não era Brad, mas sim a mulher à sua frente. O que significava que quanto maior o problema que Brad causava, mais responsabilidade aquela mulher teria de assumir.
Liv, que sabia muito bem como as dificuldades financeiras podiam drenar o sangue de uma pessoa, achou difícil desviar o olhar.
Quando Liv finalmente se decidiu e estava prestes a abrir a boca, a mulher acenou com a mão e mudou de assunto.
—Bem, foi isso que aconteceu. Aliás, você disse que estava fornecendo ferramentas de pintura, certo? Onde fica sua loja? Gostaria de ver o recibo.
A mulher olhou para Liv. Liv enrijeceu em pânico mais uma vez.
-Com licença? Ah, estamos fazendo… pequenos negócios através das palavras. Portanto, não podemos abrir uma loja. Não tenho nada comigo agora. Que tal eu mostrar o recibo na próxima vez?
—Quando ele virá de novo?
Parecia que a mente da mulher ainda estava cheia de dúvidas. Bem, a aparência de Liv não era muito apropriada para um comerciante.
Liv sorriu o sorriso tranquilizador que ela aperfeiçoou como tutora.
“Vou passar para o Sr. Brad quando o estúdio abrir.”
-Hum. Esse cara pode não trazer para mim, então envie para mim.
A mulher, como esperado, conhecia muito bem o caráter de Brad. Liv assentiu, tentando manter o sorriso no rosto, depois tossiu e começou a dar uma dica.
—A propósito, senhora. Pelo que ouvi sobre o… custo do aluguel do lugar… Uh… ouvi dizer que o Sr. Brad teve que pagar, mas acho que não.
A tez da mulher mudou drasticamente com as palavras de Liv.
-Que?
—Parece que você resolveu o problema da exposição. Parabéns!
A expressão da mulher endureceu enquanto Liv continuava. Então ele franziu o rosto e, como se tivesse descoberto alguma coisa, começou a praguejar ferozmente.
Esquecendo-se de fornecer o endereço para o recebimento, a mulher despediu-se abruptamente e saiu correndo. Liv soltou um longo suspiro enquanto olhava para as costas da mulher recuando rapidamente.
Ela não sabia se fez a coisa certa, mas esperava que Brad recuperasse o juízo.
Ele deveria saber que seria mais produtivo terminar o mais rápido possível a pintura do Marquês do que ouvir as bobagens daquele empresário.
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—Vamos voltar.
—Com licença, senhor?
O cocheiro, que presumira que Liv seria levada, olhou para dentro da carruagem com uma expressão perplexa. Demus, que usara a ponta da bengala para fechar as cortinas e olhar para fora, desviou o olhar com uma expressão impassível.
—Vire a carruagem.
Foi tão extravagante quanto quando ele decidiu buscar Liv pessoalmente. Porém, o cocheiro assumiu as rédeas sem reclamar.
Liv, que não tinha visto a carruagem preta, saiu trotando. O cocheiro olhou para a nuca de Liv e depois virou a carruagem como seu mestre havia ordenado.
Da mesma forma que chegou, a carruagem preta saiu rapidamente da cidade de Buerno.
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Adolfo era solteiro.
Portanto, toda aquela coisa de “tenho uma filha doente” que ele contou a Liv era uma mentira totalmente inescrupulosa.
Normalmente ele não gostava de mentir, mas desta vez não teve escolha. Ele podia ver claramente que Liv não se abriria se ele não contasse aquela mentira.
Desde que trabalhava para o Marquês, às vezes ele tinha que fazer coisas que não queria, e sentia o mesmo ao mentir para Liv.
Mas, ao contrário do habitual, desta vez a mentira dela o atingiu com mais força.
Especialmente quando ele enfrentou Coryda.
—Tio, quantos anos tem sua filha?
Adolf sentiu como se sua cabeça estivesse dormente ao inventar uma história sobre sua filha inexistente. Achei que era mais relaxante ler livros de direito.
Ele não era uma pessoa criativa nem tinha uma grande imaginação. Ele não conseguia inventar as coisas facilmente porque tinha medo de que seria difícil limpar se sua mentira se tornasse grande demais.