Tente implorar (Novel) - Capítulo 153
Capítulo 153
Dunwich Mayflower Hotel por cinco noites. Sozinha. Cabelo preto. Ela fez o check-out na quarta-feira à tarde e pegou um táxi para a estação de trem.
Mas era aí que a trilha terminava.
Ele conseguiu localizar o carregador que carregou a bagagem dela na estação, mas não sabia o destino dela. Durante esse período, cinco trens pararam na plataforma onde ela esperava, e a combinação de suas paradas subsequentes cobriu dezenas de locais.
“Droga…”
Enquanto Leon se espreguiçava no sofá e murmurava um palavrão, um soldado sentado ereto em uma mesa no canto do escritório estremeceu.
“Nada.”
“Sim, Major.”
“Achei que tivesse dito para você ir para a cama.”
“Não, Major.”
Leon olhou para a janela. Ainda estava escuro lá fora, mas os ponteiros do relógio marcavam quase quinze minutos para as seis da manhã.
“Bom, você já está quase terminando seu turno de qualquer forma. Eu realmente não tenho horas de folga.”
Ele não saía da sede desde quarta-feira passada.
“Eu também deveria…”
“Esqueça. Vá para casa quando for a hora.”
Leon interrompeu a resposta cautelosa do soldado e murmurou para si mesmo.
“Logo, os outros começarão seus turnos de qualquer maneira.”
Mais um dia se passou sem nenhum progresso.
Baque. Baque.
A bola de beisebol que ele estava jogando chegou perto do teto antes de cair de volta em sua mão. Leon estava deitado no sofá, jogando e pegando a bola, perdido em pensamentos.
Aquela mulher fazendo uma ousada alegação de sobrevivência do lugar mais improvável ou talvez mais característico. Houve quatro dicas até agora, com intervalos de quatro a dez dias. A última ligação foi na quarta-feira passada, o que faz de hoje, sexta-feira, o nono dia.
Já era hora de outra ligação.
Ele jogou a bola de beisebol mecanicamente, repetindo as informações nas quais havia pensado nos últimos dias.
Óculos de sol.
Sim, ela teria começado com eles. Os olhos são a característica mais definitiva. Talvez ele devesse proibir óculos escuros, tentando ligar isso de alguma forma aos rebeldes.
Com esse pensamento, Leon riu. Somente um ditador poderia impor tal regra.
Talvez ele pudesse proibir a tintura de cabelo também.
‘Cabelo preto… Daisy com cabelo preto… Grace Riddle com cabelo preto…’
Os lábios de Leon se curvaram em um sorriso irônico ao pensar nisso. Ele pode não precisar proibir a tintura de cabelo. A imagem era bem atraente. Se ela estivesse na frente dele, ele não teria conseguido resistir a levantar sua saia e rasgar sua calcinha. Era óbvio o que aconteceria em seguida.
“Droga…”
O pensamento dela andando livremente pela cidade movimentada cheia de homens era frustrante. Foi uma sorte, pelo menos, que estivesse claro que ela pertencia a alguém. Ninguém ousaria tocá-la.
Baque. Baque.
O barulho sem sentido começou novamente.
Ao vê-la viajar pelo país, ela parecia estar em boas condições físicas. Conforme sua preocupação diminuiu um pouco, o ressentimento ressurgiu.
Era irritante.
‘Grace Riddell, você me deixou. Sem dizer uma palavra.’
Para um ex-noivo, ela havia deixado espaço suficiente para uma palavra final e um soco. Mas para ele, ela desapareceu sem nem mesmo xingar, como se ele não valesse o esforço.
E ainda assim ela ligava com frequência para o escritório dele?
Foi absolutamente cruel.
Ela não queria vê-lo novamente, mas parecia decidida a usá-lo continuamente.
Isso foi ainda mais cruel.
Naquele momento, Leon agarrou a bola de beisebol com tanta força que as veias e tendões de sua mão saltaram.
Anel. Anel.
O telefone tocou. Era o telefone que era usado para receber a linha de denúncias dos rebeldes bem alto. Enquanto o soldado estacionado perto do telefone olhava ansiosamente para Leon, ele rapidamente se levantou do sofá e instruiu:
“Faça como combinamos.”
“Sim, senhor.”
O soldado engoliu em seco e pegou o telefone.
“Unidade de Missões Especiais. Como posso ajudar?”
Assim que atendeu o telefone, ele se levantou e deu um aceno significativo para Leon, sinalizando que quem estava ligando era uma mulher jovem.
Leon prontamente pegou o telefone.
[É aqui que posso relatar uma dica?]
A voz estava levemente rouca. A voz familiar que ele ouvia todas as manhãs.
Um leve arrepio percorreu suas orelhas e espinhas com a voz da mulher. Parecia que cada célula de seu corpo estava acordando. Ele queria perguntar imediatamente onde ela estava, mas teve que cerrar os dentes para suprimir o desejo.
Leon pegou um lápis que estava rolando sobre a mesa e rabiscou no caderno que o soldado ofereceu.
Sim, está correto. Onde você está?
O soldado, sem saber o que a mulher havia dito, repetiu no aparelho o que Leon havia escrito.
“Sim, está correto. Onde você está?”
[Estou em Bilford, Camden.]
Leon cerrou os dentes com mais força, suprimindo um escárnio. Camden, de todos os lugares, e Bilford ficavam a apenas quatro horas de carro daqui.
Aquela mulher, invadindo corajosamente seu território.
Parecia uma zombaria cruel.
[Acho que uma pessoa que mora no mesmo beco pode estar com os rebeldes…]
Enquanto a mulher dava a dica, Leon rabiscou no caderno:
Camden Bilford. Acompanhe.
O soldado imediatamente se levantou e, seguindo o olhar de Leon, entrou no escritório do auxiliar e fechou a porta. Ele agora entraria em contato com a companhia telefônica para perguntar sobre a operadora de câmbio em Winsford que conectou esta ligação.
Ao rastrear de trás para frente, eles conseguiram descobrir o local de onde a ligação foi feita.
[ Ao sul do cruzamento da Newton Street com a Belmont Avenue… ]
Leon sentou-se onde o soldado estava, ouvindo silenciosamente a voz tagarela da mulher e então suspirou.
[ Madison… ]
De repente, a voz da mulher parou. Em meio à atmosfera tensa que parecia uma discussão silenciosa, Leon falou primeiro.
“Olá, querido.”
Sua voz estava mais grave do que o normal, sufocada por emoções contidas que ameaçavam transbordar. Mesmo depois de ouvir sua voz, a mulher ficou em silêncio por um tempo, então caiu na gargalhada.
[ Olá. Você começou a trabalhar cedo hoje? ]
“Não preciso mais esperar você acordar.”
[Ah, estou sendo acusado de ser preguiçoso?]
“De modo algum. Bem o oposto, na verdade.”
A conversa foi tão casual que qualquer um que estivesse ouvindo poderia confundi-los com antigos amantes que tinham acabado de se reconectar.
“Você tomou café da manhã?”
[Sim, eu fiz.]
“Bom. A propósito, como está nosso filho? Diga a eles que o papai sente muita falta deles.”
Uma risada zombeteira surgiu do telefone.
Leon, tentando ganhar tempo para o comentário, prolongou a conversa o máximo possível, gradualmente direcionando-a para o tópico principal.
“Por que você está vagando por aí neste inverno frio sem o calor do meu abraço, hein? Estou preocupada com você.”
[ Não estou vagando. Estou muito bem em um lugar quente e confortável sem você. ]
“Ah, eu sei disso muito bem.”
O que havia de tão engraçado em saber o paradeiro dela que fez a mulher rir? Leon suspirou, tirando a brincadeira fingida de sua voz.
“Podemos, por favor, ser racionais agora…”
[ Ah, é isso mesmo! Parabéns! ]
A mulher o interrompeu com um repentino parabéns, sem nem mesmo ouvir suas palavras.
[Devo chamá-lo de ‘Conde’ agora ou ainda de ‘Major’?]
“Hmm, eu não esperava que você tivesse ouvido minhas novidades.”
[Claro que sim. É tão irritante. Sinto como se ainda estivesse preso a você, mesmo depois de escapar.]
“Se for esse o caso, é melhor você ser pego…”
[Você sabe que tudo isso é graças a mim, certo? Você deveria ser grato por toda a vida.]
“Eu sei. É por isso que estarei em dívida por toda a vida…”
Enquanto Leon olhava furiosamente para a porta ainda fechada do escritório da auxiliar, prolongando a conversa, a mulher mudou de assunto de repente.
[Ah, certo. Tenho uma confissão a fazer a você.]
“…Que confissão?”
[Eu menti para você.]
“Eu vou te perdoar, então volte.”
A mulher resmungou sobre sua magnanimidade, sem nem saber qual era a mentira, e então fez uma confissão que Leon não perguntou.
[Na verdade, não havia três pessoas envolvidas no incidente do seu pai naquela noite, mas quatro.]
“O que?”
[Lembra-se de Fred Wilkins? Aquele traidor desprezível.]
“Sim, foi por isso que cuidei dele.”
[O pai de Fred, David Wilkins, também estava na vila naquela noite.]
Quando Leon se lembrou de ter visto aquele nome na lista de líderes rebeldes detidos na prisão, ele agarrou o lápis como se fosse quebrá-lo.
[Ouvi dizer que ele cometeu um erro crítico. Não sei o que foi, mas vi Jonathan Riddell Sr. confortando o tio Dave.]
Leon perguntou com os dentes cerrados.
“Por que você está me contando isso agora depois de manter isso escondido todo esse tempo?”
[ Por quê? Porque, embora não fosse o caso antes, agora você e eu temos um inimigo em comum, certo? Nós nos ajudamos. ]
“Não sei se estou usando você para minha vingança ou se você está me usando para sua vingança.”
Leon murmurou e então soltou um longo suspiro.
[ Por quê? Você ainda não o pegou? ]
“Ele está no acampamento.”
[Então qual é o problema?]
“O problema é você, astuto como uma raposa.”
A acusação indireta que ele fez a ela de mentir sobre a morte de seu pai deixou a mulher chateada.
[ Uau, depois de tudo que eu te disse, você me incrimina assim. Se é assim que você me agradece, não espere minha ajuda no futuro… ]
Ela estava fazendo isso por culpa ou o quê? O barulho excitado da mulher, misturado a um barulho inesperado, fez a mão de Leon se mover apressadamente, ainda segurando o lápis.