Odalisca - Novel - Capítulo 100
Capítulo 100
Embora Coryda estivesse sempre em casa, ela sabia os nomes dos países vizinhos. Então, em vez de perguntar onde ele estava, Coryda fez uma cara chorosa e balançou a cabeça.
—Mas Mazurkhan está muito longe.
—Mas o currículo é sólido, então se você vai estudar não é melhor fazê-lo em um lugar tão seguro? Isso se você realmente gosta de artesanato.
Os olhos de Coryda se arregalaram. Ele não deu uma resposta específica, mas ficou claro que ele tinha muito em que pensar.
—Bem, já que estamos no assunto, tenho um contato em Mazurkhan. É um patrocinador dedicado à formação de artesãos. Eu adoraria colocar você em contato com ele, se quiser.
Adolf estava dizendo a verdade. Marzukhan era um país mais distante do que o vizinho Torsten, mas era um país muito avançado em artesanato e dele surgiram muitos artesãos famosos. Além disso, Adolf, que tinha conhecidos em todos os países, também tinha bons contactos em Marzukhan.
Dessa forma, se Coryda estivesse realmente interessada em artesanato, ela sempre poderia encontrar um patrocinador. Se seu talento fosse bom o suficiente para ela ingressar em uma escola profissionalizante em Mazurkhan, ela poderia se tornar uma artesã requisitada onde quer que fosse.
—Mas, claro, ele deve se recuperar primeiro. Então espero que você possa acompanhar bem o tratamento da Dra. Gertrude.
Coryda sorriu amplamente ao pedido de Adolf. Ela assentiu e respondeu com entusiasmo.
-Sim!
Vendo o olhar esperançoso no rosto de Coryda, Adolf sentiu uma pontada incomum de remorso. Enquanto se sentia assim, ele orou para si mesmo.
“Farei o meu melhor para conectar você a um bom patrocinador, então, por favor, fique bom logo e deixe sua irmã em paz.”
Espero que esta situação desconfortável termine logo.
• ────── ✦ ────── •
Quando Liv voltou para casa, Coryda e Adolf estavam conversando como se fossem amigos muito próximos.
-Oh sim? Viva!
“Por que você está fora… Sr. Adolf?”
Liv, que havia aberto a porta e caminhava com dificuldade, arregalou os olhos ao ver Adolf. Adolf rapidamente se levantou e sorriu.
—Ah, me disseram que ela voltaria logo, então esperei por ela.
“Ele disse que tinha algo para te dar!”
Liv inclinou a cabeça com uma expressão confusa, olhando para Coryda e Adolf repetidas vezes. Como se não visse motivo para perder tempo, Adolf entregou-lhe o que havia trazido.
Era um envelope pardo.
— Trouxe exatamente como a Dra. Gertrude me deu. Eu não li, é claro. Meu mestre também não conhece seu conteúdo.
Percebendo que o que Adolf estava entregando a ela era o relatório médico de Coryda, Liv pegou o envelope com uma expressão rígida. Como que para mostrar que não haviam revistado o conteúdo, a abertura do envelope estava hermeticamente fechada.
Estudando o rosto de Liv enquanto ela olhava o envelope, Adolf falou.
“Meu mestre acrescentou que prosseguiria com o tratamento como deseja, senhorita Rhodes.”
—O que exatamente você quer dizer quando diz como eu gostaria?
—Seja lá o que for.
Liv permaneceu em silêncio enquanto ele respondia com algo que lhe parecia vago. Mas então ele assentiu. Terminada a tarefa, Adolf sorriu e despediu-se.
—Digo adeus agora. Senhorita Coryda, obrigado por falar comigo enquanto eu esperava.
—Sim, tenha cuidado na estrada!
Adolf se virou quando Coryda o dispensou. Coryda, que havia fechado a porta para Liv, ficou perto da irmã. A simples menção de que era da Dra. Gertrude foi suficiente para Coryda deduzir a identidade do envelope.
—Esse é o meu diagnóstico, certo? VERDADEIRO?
—Sim, acho que sim.
Depois de responder e suspirar, Liv foi em direção à casa. Coryda a seguiu e continuou falando.
—Vamos nos apressar e abri-lo.
—Você sabe o que está escrito lá dentro?
—Pode ser qualquer coisa.
Coryda parecia tão curiosa, como se tivesse esquecido todos os seus medos antes do exame. Ao ver Coryda olhando para o envelope com uma expressão inocente, Liv suspirou e perguntou.
“Você não tem medo que eu diga algo ruim?”
—Esse médico é realmente habilidoso. Tio Adolf me contou antes.
Liv não conseguia decidir se deveria estar feliz com a amizade de Coryda com Adolf. Ele claramente não parecia uma pessoa má, mas…
“Não, qual é o sentido de ter esse tipo de preocupação?”
Liv balançou a cabeça. Enquanto Adolf fosse assistente do Marquês, ele o veria com frequência, gostasse ou não. Se ela tivesse que vê-lo com frequência, seria melhor ter um relacionamento bom do que ruim.
—Isso é só um diagnóstico e ainda nem iniciamos o tratamento.
—Então podemos iniciar o tratamento com base no diagnóstico.
Ao contrário de Liv, que estava cheia de preocupações, Coryda era despreocupada. Quando Liv olhou para ela sem responder, Coryda franziu a testa e perguntou.
—Você não vai nos ajudar com o tratamento? Foi só para o exame?