A Indulgência da Besta - Capitulo 01
Prólogo:
Louise se ajoelhou, com a cabeça baixa e em silêncio.
— Deixe-nos.
— Mas Vossa Santidade–!
Os Paladinos estavam de pé em ambos os lados com trepidação. Eles abriram suas bocas para falar, com olhares preocupados em seus rostos, mas Licht balançou a cabeça.
— Eu dei a ordem para se retirarem.
Eles não conseguiram desobedecer às ordens do Papa e foram forçados a sair da sala de interrogatório, deixando Louise para trás.
Depois que a pesada porta de ferro se fechou, a sala estreita e desolada ficou em silêncio.
— Louise.
Os ombros dela estremeceram ao som da voz baixa e gentil do homem.
— Tem alguma coisa que você queira me dizer?
— Me desculpe!
Um leve sorriso surgiu em seus lábios quando Louise gritou, como se ele tivesse previsto isso.
— Então, o que é?
— Isso é, hum…
Seus olhos ansiosos vacilaram inquietos.
— Ousei pisar no império, apesar de ter sido banida pelos meus pecados graves.
— ……
Ele permaneceu em silêncio por um momento, sem responder às palavras de Louise. Então, perguntou novamente:
— O que mais, Louise?
— E eu… Antes disso, eu…
Ela hesitou olhando para a porta, antes de baixar a voz.
— Eu o alimentei com sangue enquanto estava inconsciente, Vossa Santidade…
— E de quem era o sangue?
— Ele… pertencia principalmente a animais. M-Meu também, em algumas ocasiões…
Curvando os ombros, Louise confessou sua verdade.
Nunca havia falado sobre isso com ninguém na igreja. Ela estava consumida pelo medo de que suas ações trouxessem calamidade sobre ele.
Se descobrissem que ele havia sobrevivido devido ao sangue de outros, fosse animal ou humano, seria acusado de heresia.
Mas ela sentiu que não lhe deveria ser negada essa verdade. Caso houvesse algum efeito colateral, ele precisava saber exatamente o que tinha acontecido.
Não seria um desastre se ele não conseguisse determinar por que seu corpo estava enfraquecendo?
Seria aterrorizante e de partir o coração se Licht viesse a odiá-la ou desprezá-la. Mas uma realidade mais assustadora seria aquela em que ele morreu.
Quando se lembrou de quão devastada ficou quando o encontrou caído em uma poça de sangue, não conseguiu evitar confessar tudo. Todas as coisas que ela tinha feito para ajudá-lo a sobreviver… Ela não se arrependia, não importava o resultado de hoje.
— Eu imploro… Por favor, me castigue.
— Entendo.
Louise levantou a cabeça silenciosamente e estudou o rosto dele, surpresa com sua resposta inesperadamente calma.
— É só isso?
— Perdão?
— Você não tem mais nada para me dizer?
Louise só conseguiu encará-lo sem expressão.
Ela pensou que tinha confessado o suficiente para garantir a mais severa das punições. E ainda assim, Licht parecia insatisfeito, como se esperasse por mais.
‘O que devo fazer? O que mais devo dizer?’
Suor frio escorria por suas costas.
Ela nunca fugiu de seus pecados, mas revelá-los agora, quando ele tinha acabado de ascender à sua posição, colocaria Licht em uma situação difícil. Porque o que aconteceu foi…
— Louise.
Ele chamou seu nome tão docemente, da mesma forma antes de tudo acontecer.
— Por que você finge não saber?
Quando ele se aproximou dela, graciosamente se ajoelhou e olhou para ela.
Enquanto olhava para seus enigmáticos olhos roxos, uma sensação de irrealidade tomou conta dela, como se ela tivesse entrado no reino dos sonhos.
Seu coração dançava de excitação enquanto ela tentava entender por que um homem com tanta graça e carisma falaria com ela.
Ela pensou que estava tudo acabado. Que a excomungaram da Igreja no pior momento possível…
Mas lá estava ele, olhando para ela com tanta adoração como a pessoa mais reverenciada em seu reino sagrado. Em vez de parecer uma besta, ele parecia como no passado, quando era a inveja de todos os homens.
‘Estou feliz. Estou realmente muito feliz…’
Emoções brotaram em seu coração.
Independentemente das circunstâncias, ela não pôde deixar de se sentir orgulhosa por resgatá-lo com sucesso. Apesar de seu envolvimento em vários atos imorais que mereciam pena de morte, tudo valeu a pena porque ele conseguiu sobreviver.
Seu destino estava selado, não lhe deixando outra opção a não ser abraçar a morte.
— Por que… você está chorando?
Com um gesto gentil, ele estendeu a mão e acariciou sua bochecha, enxugando ternamente as lágrimas que manchavam seu rosto.
— A algo mais, Louise.
Suas carícias e voz suave pareciam gentis, mas o significado por trás delas não era.
— Perdi a conta de quantas vezes misturamos nossos corpos como animais. Então por que você me abandonou? Você permanecerá ao meu lado, não importa o que aconteça.
— …!
Os olhos de Louise se arregalaram em choque. Seu tremor era lamentável. Ela pensou que ele não se lembraria de nada, então como ele poderia…
Havia outra razão pela qual ela se recusou a contar toda a verdade — a única coisa que faltava ser contada.
Apesar de sua paixão de longa data por Licht, Louise nunca imaginou um futuro com ele. Afinal, sua presença colocaria em risco seus objetivos.
Mesmo agora, esse pensamento permanece inalterado.
Apesar de ter agido fisicamente inúmeras vezes, não tinha intenção de usar essa desculpa como chantagem para permanecer ao lado dele. Ela nunca seria capaz de se perdoar se o tivesse arruinado com sua ganância, então tentou esconder isso a todo custo.
No entanto…
Inclinando a cabeça, ele sussurrou em seu ouvido:
— Se você quer ir tão longe e, sacrificar seu corpo para me salvar… Você deve estar preparada e assumir total responsabilidade, Louise.
Ele então agarrou gentilmente os pulsos amarrados dela e, com um movimento rápido, puxou-a sem esforço para seu colo.
— Ele anseia pelo seu toque. Você pode fazer algo para acalmá-lo? 🍆😝
Ele perguntou enquanto a guiava até sua protuberância firme. Ela se contraiu sob sua mão como se a acolhesse.
— Vossa Santidade… Eu…
Ela gaguejou enquanto tentava terminar a frase, mas a mente de Louise estava em branco tanto quanto seu rosto.
As curvas suaves de seus olhos e lábios eram tão familiares, mas a insidiosidade escondida neles não era.
Ela podia claramente imaginar o contorno de seu pilar substancial mesmo sem olhar para ele enquanto o homem a guiava com seu toque. Aquela circunferência esfregava implacavelmente contra sua palma.
Todos os dias, Louise abraçava se a isso de todo o coração. Mesmo quando ele demonstrava sinais de aflição, ela o atendia com ternura, usando as mãos e a boca.
Sua reação foi instintiva, semelhante à de um lobo salivando ao avistar sua presa. Uma onda de desejo tomou conta dela, fazendo com que uma sensação pegajosa surgisse entre suas pernas.
Ela sabia que era inapropriado e não era o momento certo para fazer isso, mas… Ela não conseguiu suprimir sua reação. Era incapaz de lutar contra a marca avassaladora que ele deixou em seu corpo. Suas bochechas pálidas ficaram vermelhas, e seu peito arfava rapidamente.
O homem enterrou o rosto na nuca de Louise, inalando seu doce perfume. Então ele levantou o corpo dela sem esforço e deu passos rápidos.
Sobre a mesa, ele gentilmente a deitou. Era um lugar onde ela faria sua confissão como pecadora. E ainda assim, lá estava ela, tendo suas calças e calcinhas tiradas em um movimento apressado.
— Ah… Vossa Santidade…!
— Como esperado, você está tão molhada.
Assim que os dedos dele tocaram a superfície sedosa e úmida, Louise foi forçada a fechar os olhos com força.
— Você planejou me deixar com esse corpo lascivo? Você realmente acha que pode viver sem meu toque?
Ele inseriu o dedo no buraco escorregadio e olhou para Louise. Ela soluçava em silêncio.
— Ainda não tem nada a dizer, hum?
Louise mordeu o lábio com mais força e balançou a cabeça. Ela sabia que no momento em que abrisse a boca, um gemido de prazer sairia.
Ser estimulada com um dedo não podia se comparar à intensidade de quando ela abraçou sua masculinidade. No entanto, em contraste com então, quando tudo era movido pelo instinto, suas intenções eram tão óbvias quanto o dia, o que as tornava tão intoleráveis.
Claro, não é que ela não amasse Licht quando ele não era diferente de uma fera. Mas o que estava diante dela neste momento era o que ela amava mais do que a própria vida.
Sendo assim, não pôde deixar de sentir uma mistura de constrangimento e alegria quando suas roupas foram removidas, revelando seu eu mais íntimo para ele.
Mesmo sabendo que não era o momento, ela queria apertar sua vagina em volta dos dedos dele e mover os quadris.
— Isso era de se esperar… É tão frustrante, meu amor. A reação biológica está clara, mas você nunca vai me desejar e amar de verdade, não importa o que eu faça. O único que não consegue resistir à essa ganância sou eu mesmo.
Mesmo perdida na névoa do prazer constante, Louise achou suas palavras muito estranhas.
Seu amor não correspondido?
Que ridículo. Não era ela quem se desesperava e se alegrava com essas ternas emoções? Como ele podia falar como se suas posições fossem opostas? Como sua voz, triste e profunda, podia beirar o ressentimento?
— Bem, chega de conversa por enquanto.
Ele tirou os dedos e olhou para a bagunça escorrendo.
— Parece que você está deixando seu destino em minhas mãos. Isso é uma coisa boa. Afinal, é absurdo pensar em exílio quando você chegou tão longe.
Enquanto o líquido escorria lentamente até seu pulso, ele colocou a língua para fora para lamber o néctar avidamente.
— Você disse que enfrentaria qualquer punição, correto?
— Sim, Vossa Santidade.
— Felizmente estou no comando agora.
Ele murmurou suavemente, colocando a mão na cintura dela. Louise acordou assustada de seu transe. O sorriso dele era tão doce que parecia que poderia derretê-la. O olhar dele, direcionado para baixo, continha uma intensidade penetrante que a chocou.
— Louise, a partir de hoje, você me pertence. Tudo o que você vai pensar, olhar e até ouvir serei eu…
Um calor se espalhou pela pele de Louise enquanto as pontas dos dedos dele traçavam suavemente a curva do lóbulo da sua orelha.
— Esse é o castigo e a recompensa que estou lhe dando.
Continua….