Desviante 1995 - Capítulo 32
Capítulo 32
Chegando ao hotel por volta do amanhecer, André lavou o doce aroma que impregnava seu corpo com água fervente. Decidiu firmemente nunca mais procurar Miran.
Mas quando chegou a hora de Miran sair do trabalho, André se viu nos becos de Poidong sem perceber. Como um cão leal à espera da dona, ele estava parado ao lado de um poste alto, esperando por ela.
Mesmo enquanto esperava, sua mente mudava dezenas de vezes. Ele se virava para ir embora, pensando no que estava fazendo, mas quando Miran o avistava do final do beco e corria em sua direção com um sorriso radiante e radiante, ele finalmente suspirava resignado e sucumbia aos seus desejos.
André de Lafayette, que sempre fora o mais rigoroso consigo mesmo do que com qualquer outra pessoa, aos poucos se acostumou a essa divergência. O pretexto para as reuniões era a prática do roteiro. Mas, uma vez dentro da pequena sala no terraço, ninguém mencionou o roteiro.
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A tarde anterior ao dia das filmagens.
Era um dia em que o trabalho de meio período de Miran terminava mais cedo do que o habitual. No final da tarde, André estava em frente ao poste, como de costume. O ambiente ao redor ainda estava claro, pois o sol ainda não havia se posto. Como resultado, coisas que ele não conseguia ver na noite escura se tornaram visíveis.
Sacos de lixo fedorentos deixados do lado de fora do portão, cartazes sujos e panfletos espalhados no chão.
André soltou um suspiro pesado. Uma das coisas que a escuridão total escondia era o próprio André, que, tomado pelo desejo, vinha ali todos os dias.
Ele esfregou o rosto com as mãos e olhou para o céu azul-claro. Sabia que Miran gostava dele. Ela o olhava com um carinho tão cego que até um estranho poderia notar. André também não desgostava dela. Mas era só isso.
Com a filmagem marcada para amanhã, não haveria mais desculpas ou motivos para vir aqui. Então, hoje seria realmente a última vez que ele viria aqui.
Eles nunca tiveram um encontro ou sexo de verdade, e sabiam pouco um sobre o outro. Agora era a hora certa de parar. Já que nada havia começado, não havia nada para terminar. Era a coisa certa a fazer antes que ele se tornasse um canalha ainda mais desavergonhado.
“André!”
De longe, Miran acenou para ele. André, que estava encostado no poste, endireitou-se. Com as mãos nos bolsos, virou-se para ela.
Ao ver Miran se aproximar com um sorriso brilhante e um andar ágil, como se não tivesse preocupações no mundo, seus lábios naturalmente se esticaram em um largo sorriso.
Há pouco, ele se sentia como um cachorro com uma coleira invisível, preso a um poste, esperando pelo dono. Mas agora, ao ver Miran, que o fitava com olhos brilhantes e cheios de alegria, ela parecia mais um cachorrinho fofinho, abanando o rabo e circulando ao redor dele, ansioso para brincar.
André não conseguiu conter o riso. Ha. O que eu vou fazer com você?
Miran olhou para ele e sorriu timidamente, incapaz de tirar os olhos do rosto dele.
“Você está esperando há muito tempo?”
“Não.”
“É que… este é o nosso primeiro encontro do dia.”
“……”
Quando não houve resposta, mesmo depois de esperar, Miran virou o corpo e olhou para ele.
“Hum, o tempo está bom. Vamos dar uma volta? Você ainda não jantou, né? Tem alguma coisa especial que você queira comer?”
“Você.”
Miran piscou sem entender nada e, no momento em que entendeu suas palavras, suas bochechas se ruborizaram. Ela se virou rapidamente, abriu a porta dos fundos e desapareceu para dentro, como se estivesse fugindo.
Ao ouvir passos leves subindo as escadas, André riu baixinho, fechou a porta dos fundos e subiu os degraus de três em três para alcançá-la em um instante.
André a seguiu até o banheiro e ficou logo atrás dela enquanto ela lavava as mãos na pia. Ela estava ensaboando as palmas quando olhou para cima, surpresa. Seus olhares se encontraram no espelho.
André afastou o cabelo dela para um ombro e pressionou os lábios contra sua nuca. Miran engoliu em seco enquanto se olhava no espelho. Seu rosto refletido estava vermelho de calor. Ela queria desviar o olhar, mas o olhar de André a encarou com firmeza.
Seus cílios longos e grossos abaixaram-se ligeiramente enquanto ele estendia os braços para envolvê-la, entrelaçando as mãos ensaboadas com as dela. O sabonete escorregou e caiu na pia.
“Eca…”
Miran olhou para as mãos entrelaçadas com o rosto corado. A sensação dos dedos entrelaçados e das palmas das mãos se esfregando era incrivelmente sensual. E isso se tornava ainda mais intenso quando os lábios dele subiam pelo pescoço dela e provocavam o lóbulo da orelha.
Assim que o sabão foi retirado das mãos, André pegou a mão de Miran e a conduziu para fora do banheiro. Em frente à cama, começou a desabotoar a blusa dela com os dedos ainda úmidos.
Ambas vestiam camisas brancas semelhantes, quase como se tivessem planejado. Na verdade, naquela manhã, Miran havia escolhido uma camisa que lhe lembrava a de André.
“É como um look de casal.”
Miran sorriu timidamente, sentindo-se encantada por dentro, enquanto André tirava sua blusa e a deixava cair no chão. Em seguida, desabotoou sua calça jeans e a puxou para baixo rapidamente.
Depois de pendurar o paletó em uma cadeira de jantar, ele tirou o relógio de pulso e o cinto, colocando-os na gaveta ao lado da cama. Tendo passado quatro noites consecutivas juntos, ele agora parecia bastante familiarizado com o quarto dela no terraço.
Sem tirar os olhos de Miran, André tirou a camisa e a calça, ficando apenas de cueca, que já estava estufada.
Miran engoliu em seco e sentou-se na beira da cama com os olhos cheios de expectativa. André então se lançou sobre ela com seus ombros largos, empurrando-a para baixo. Ela envolveu os braços em volta do pescoço dele e acariciou seus ombros.
Miran gostava da sensação do peso de André envolvendo todo o seu corpo, pressionando-a. Isso lhe dava uma sensação inexplicável de segurança. Ela também gostava do aroma luxuoso de sabonete que emanava dele. Cada vez que ele se movia, os músculos de suas costas, firmes e macios, se contraíam sob suas palmas.
Quando Miran roçou os lábios em seu ombro largo, a respiração de André ficou mais ofegante. Ele agarrou a nuca dela e a inclinou.
O beijo foi insuportavelmente doce. Seu coração batia tão forte que ela se sentiu envergonhada, achando que André também podia ouvi-lo.
O fato de André não ter ido até o fim, alegando a falta de um c0nd.om, não parecia mais uma consideração para ela. Parecia que ele estava esperando que ela ficasse tão desesperada a ponto de implorar para que ele fizesse isso.
Ela quase deixou escapar que estava tudo bem e que ele deveria seguir em frente, mas o aviso de Jieun sobre a gravidez ser como uma roleta russa veio à mente.
No entanto, depois de fazer tudo, exceto penetração, por quatro dias seguidos, ela estava genuinamente curiosa sobre como seria tê-lo dentro dela. Ela ainda se preocupava com o tamanho dele ser grande demais e possivelmente causar dor. Mas o pico de prazer era viciante o suficiente para superar esses medos primitivos.
‘Devo comprar os c0nd.oms eu mesmo?’
O problema era que ela não sabia onde comprar c0nd.oms que servissem em André.
“Talvez eles tenham em uma farmácia.”
Enquanto André usava tanto a boca quanto as mãos para levá-la ao clímax, ele acabava “jacµlat!ando” ao guiar a mão dela para imitar a masturbação.
Miran também sabia o que era “sexo oral”.
Ela se lembrou de ler uma cena em um romance de Sidney Sheldon, que circulava entre garotas do ensino médio até as páginas se esgotarem, em que uma mulher colocava o pênis de um homem na boca e o chupava.
O que antes parecia um ato nauseantemente perverso agora parecia completamente diferente. Embora nunca tivesse feito aquilo antes e não estivesse confiante em sua habilidade, hoje ela queria fazer algo por ele, não apenas receber.
Por ser André, ela sentiu que podia.
“André?”
“Hum?”
André respondeu distraidamente, mordiscando o lóbulo da orelha dela e chupando levemente sua nuca.
“Ugh. Espere, saia da frente por um instante.”
“Não.”
Ele rejeitou firmemente o pedido de Miran, enterrando o rosto no peito dela. Em momentos como aquele, ele podia ser bastante teimoso.
“Ha, tem uma coisa que eu quero tentar, ah, é por isso.”
“Mais tarde.”
Ele murmurou enquanto levantava o sutiã dela e agarrava um punhado de seus seios. Como ele não pareceu ouvir, uma Miran irritada deslizou a mão do ombro dele e aplicou uma leve pressão.
“Eca!”
No momento em que ele estava prestes a chupar o seio dela, André congelou. Permaneceu imóvel por um instante e, de repente, levantou a cabeça.
Uma sobrancelha se arqueou lentamente como uma gaivota. Ele a encarou intensamente, arreganhando os dentes com ferocidade.
“…O que você pensa que está fazendo?”