Desviante 1995 - Capítulo 29
Capítulo 29
André tirou a embalagem do pirulito que estava sobre a mesa e, de repente, levou o doce redondo aos lábios dela. Assustada, o olhar dela pousou nos dedos dele. Segurando o palito, ele bateu no lábio inferior dela com o doce vermelho e duro.
“Abra a boca.”
Miran abriu lentamente os lábios. André pressionou o doce delicadamente contra sua língua rosada. Seus olhos semicerrados exibiam um leve traço de sorriso. A doçura ácida da cereja espalhou-se por sua língua, e ela engoliu em seco enquanto colocava o pirulito na boca.
André, largando o bastão, levantou bruscamente a barra da blusa dela.
“Mhmmp! E-espera um segundo!”
Com o pirulito rolando para o lado da bochecha, Miran gritou com a voz abafada, agarrando o pulso dele.
A bainha já havia subido até a clavícula, expondo a parte superior do peito, que se projetava acima do sutiã rosa. Sob a luz fluorescente implacável, a pele pálida revelava tênues veias azuis espalhadas sob a superfície.
“Tenha cuidado com as pessoas que lhe dão doces.”
André provocou, com o tom seco, enquanto terminava de tirar a blusa dela. Miran, com o pirulito ainda saindo da boca, rapidamente jogou o cabelo bagunçado para trás, o rosto corado de vergonha.
“…Eu não sou uma criança.”
“Se você seguir alguém que lhe dá doces, ou pior, o deixa entrar em sua casa…”
Com um sorriso travesso puxando um canto da boca, ele deslizou a mão por cima da saia dela.
“É perigoso.”
A mão grande dele deslizou pela coxa dela, enganchando um dedo em sua calcinha. Miran engoliu em seco. Enquanto tentava tirar o pirulito da boca, André a advertiu severamente.
“Mantenha-o dentro de si.”
Ele puxou a calcinha dela até a metade antes que ela pudesse fazer qualquer coisa.
“Eu não posso…”
Miran balançou a cabeça fracamente, segurando o pulso dele, enquanto o tecido se prendia em um quadril e escorregava pela coxa oposta. André respondeu com beijos suaves do ombro dela, subindo gradualmente até o pescoço.
Ele roçou os lábios suavemente entre o ponto sensível do pescoço e do ombro dela, provocando a pele delicadamente até os pelos finos se arrepiarem. Enquanto Miran encolhia os ombros e curvava as costas em resposta, André aproveitou a oportunidade para deslizar a outra mão por baixo da saia dela, puxando rapidamente para baixo a calcinha ainda presa nos quadris.
“Humm…”
Sua tênue resistência escapou em um som suave quando André moveu os lábios em direção à orelha dela, a língua pontuda roçando a borda externa. Dominada pela sensação, Miran se contorceu, empurrando o peito dele em uma luta sem entusiasmo.
Em meio a tudo isso, André puxou a calcinha dela para baixo, passando pelas coxas e pelos joelhos. O tecido delicado deslizou por suas panturrilhas esbeltas antes de cair no chão com um baque suave. Sentindo-se constrangida e sem graça por estar usando apenas uma saia, Miran puxou a bainha para baixo com as duas mãos.
Os lábios de André encontraram sua bochecha inchada, pressionando-a insistentemente como se tentasse provar o pirulito ali. Sua risada baixa e provocante preencheu seus ouvidos, e ele lambeu sua bochecha, fazendo-a esquecer-se momentaneamente de si mesma. Enquanto ela estava distraída, o fecho do sutiã se abriu atrás dela.
Miran mal conseguia pensar direito. O homem que sempre parecera tão sério, aquele que nunca agira de forma frívola antes, agora brincava com sua bochecha e ria, enviando uma descarga elétrica em seu coração. Enquanto isso, pelas costas dela, ele desabotoava seu sutiã com astúcia.
Quando as alças deslizaram para baixo e o sutiã se afrouxou, ela soltou a barra da saia para pressioná-la apressadamente contra o peito. Sob as luzes fluorescentes ofuscantes, tão brilhantes quanto uma mesa de cirurgia de hospital, ela ficou apenas com uma minissaia curta, sem a calcinha.
Incapaz de encarar André, Miran baixou a cabeça, envergonhada. Sabia que teria que fazer aquilo no set, mas se expor daquele jeito, com alguém observando, ainda era constrangedor.
André ergueu o queixo dela. Olhando fixamente para os olhos hesitantes e trêmulos, deu uma ordem baixa e autoritária, com uma voz áspera.
“Solte.”
Miran olhou para ele através dos cílios trêmulos. Seu rosto, normalmente frio e composto como o de uma estátua, agora exibia um tom estranhamente primitivo.
Fechando os olhos com força, ela soltou o sutiã e se agarrou à borda da mesa. O sutiã rosa-claro roçou seus joelhos ao escorregar para o chão.
[Boa menina.]
Como se estivesse acalmando uma criança, André acariciou delicadamente o queixo dela com o polegar. Então, segurando os dois joelhos dela, ele os abriu.
Naquela fração de segundo, os olhos de Miran se abriram de repente, e ela apertou as coxas, torcendo a cintura para resistir. A bainha da saia dela subiu perigosamente.
“Minha saia—!”
As mãos de Miran, agarrando a borda da mesa, desceram para puxar sua saia e juntar suas pernas. Mas a força dele era forte demais para ela resistir.
“Fique parado.”
O tom de André, acostumado a dar ordens e receber obediência, pressionava as coxas de Miran como se as pesasse fisicamente. Instintivamente, ela se encolheu, mas então se forçou a abrir as pernas, com as bochechas ficando vermelhas.
André puxou uma cadeira e se acomodou entre as coxas dela, agora abertas, posicionando o tronco entre elas. Sua mão agarrou a nuca dela, puxando-a para frente até que seus narizes quase se tocassem.
“Mantenha as pernas bem abertas.”
A voz grave dele provocou um arrepio na espinha dela. Miran assentiu fracamente, baixando os olhos. André acariciou sua bochecha com a mão antes de puxar delicadamente o palito de pirulito que saía de sua boca.
Seus lábios se abriram ligeiramente e seu queixo se ergueu. A língua de André deslizou pela costura interna dos lábios dela. Então, sua língua procurou o doce dentro da boca dela, pressionando-o suavemente contra o céu da boca e puxando-o lentamente para dentro.
“Humpf!”
Miran tremeu, engolindo em seco repetidamente, dominada pela sensação no céu da boca, e um gemido suave escapou da boca de André. O pirulito meio derretido foi finalmente rolado para a língua de André e sugado para dentro de seus lábios.
Quando ele se afastou, saliva pegajosa misturada com a tinta vermelha do doce grudava em seus lábios. Miran, atordoada e sem foco, passou a língua pela boca agora vazia, sentindo-se estranhamente desolada.
André recostou-se preguiçosamente na cadeira, o pirulito agora entre os lábios. Seus intensos olhos verdes perscrutavam o corpo nu dela com um olhar distante, como se estivesse admirando uma obra de arte.
Mesmo aos seus olhos perspicazes, o corpo dela era impecável. Nem mesmo a luz fluorescente forte e ofuscante conseguia revelar uma única imperfeição. Sua pele era lisa e branca, corada em alguns pontos como um pêssego maduro.
O peito de Miran subia e descia com a respiração acelerada, tremendo como um cupcake perfeitamente coberto de glacê. Seus picos rosados erguiam-se delicadamente, como flores de cerejeira empoleiradas no topo, e ao lado deles havia uma leve marca vermelha — o beijo dele da noite anterior.
André engoliu a doçura enjoativa do pirulito de cereja, com o pomo-de-adão balançando. Um leve hematoma pálido se formou no joelho de Miran, evidência da força com que ele a abraçara na noite anterior.
Ele nunca tivera uma preferência sexual específica. Deixar marcas no corpo de uma mulher sempre lhe parecera um fetiche estranho. No entanto, com Miran, a vontade de atormentá-la, de ver suas reações, era avassaladora.
O impulso sádico de agarrar sua pele macia e delicada, espremê-la até quase arrebentar e cravar os dentes nela surgiu dentro dele.
“Há…”
André expirou longamente, finalmente admitindo uma coisa para si mesmo: gostava de Miran. Para alguém tão tipicamente cínico, era raro encontrar algo de que gostasse.
Miran, por outro lado, não conseguia esconder sua afeição por ele, como uma jovem ingênua. O que ela sabia sobre ele depois de apenas um encontro? Sua admiração cega e seu olhar de adoração eram um pouco cansativos, mas… de certa forma, eram bastante cativantes.
Mas isso foi tudo.
O poder naquele relacionamento era dele. Se ele não a procurasse, ela não conseguiria vê-lo, assim como hoje. Era a primeira vez que ele se envolvia em um relacionamento tão casual, mas, da perspectiva dele, era conveniente e seguro.
Contanto que evitasse fazer promessas que não pudesse cumprir ou assumir responsabilidades com as quais não pudesse lidar, não havia vergonha em dois adultos consentidos desfrutarem de um relacionamento mútuo. Não havia necessidade de ele pensar demais no assunto.
Ele mordeu o palito do pirulito com um estalo forte, quebrando o doce. A doçura excessiva o fez franzir a testa levemente.
Miran prendeu a respiração enquanto observava o movimento do maxilar e dos lábios de André. Era uma visão estranhamente brutal e animalesca.
“…Você gosta de doces?” ela perguntou hesitante.
André soltou uma risada curta. Ele só tinha mastigado para se livrar do bichinho, pensando que ela poderia continuar chupando por um tempo se não fosse controlada.
“Eu odeio isso.”
“…Então por que você pegou?”
“Estava atrapalhando o beijo.”