A Tatuagem de Camélia - Capítulo 13
Capítulo 13
“Não podemos impedir a abertura dos portões, mas podemos evacuar as pessoas no território com antecedência. Também podemos obter apoio dos cavaleiros do palácio imperial na capital, não apenas dos Cavaleiros de Niflheim.”
Mas eles acreditariam nela?
Falar sobre um desastre três meses no futuro, quando ela for recém-casada… não pareceria que ela perdeu a cabeça? Amber mordeu o lábio inferior e fez um esforço consciente para reunir determinação.
Não, não é tão difícil. É como estabelecer uma posição na sociedade. Preciso fazer com que confiem em mim.
Eles não sabiam muito sobre ela, mas Amber conhecia um pouco sobre as pessoas dali. Ela havia conquistado uma posição mais vantajosa.
— Vamos fazer isso passo a passo. Primeiro, vou melhorar minha reputação no castelo enquanto ele estiver fora. Os primeiros dias são os mais cruciais.
Seu peito formigava — não de dor, mas de esperança.
Pode mudar.
Isso vai mudar.
Ela não queria deixar ao destino a terra onde a criança eventualmente viveria.
Amber decidiu começar essa jornada recrutando Nora, que a atendia com cuidado.
“Nora, traga aquele pente de antes.”
“Ah, sim! Era isso que você queria dizer?”
“Sim. Você aceita?”
Amber olhou para Nora e sorriu brilhantemente.
Nora, que havia sido cativada pelo sorriso da fonte outrora conhecida como Shadroch, arregalou os olhos.
Como Nora, ela nunca tinha visto uma pessoa tão bonita. Era alguém que ela queria ouvir, não importava o que dissessem.
‘Honestamente, nem mesmo Mariam, que se gabava de ser a mais bonita entre as criadas, pode se comparar a ela.’
Mariam certa vez afirmou em voz alta que em breve estaria aquecendo a cama do solitário Grão-Duque.
Mesmo depois de saber que o Grão-Duque havia se casado com a princesa de Shadroch, sua confiança permaneceu inabalável.
“Claro, ela é só uma mocinha. Se ele realmente quer uma mulher, deveria vir até mim.”
Mariam se exibiu diante das criadas, exibindo seus amplos seios.
Naquela época, até Nora acreditou que as palavras de Mariam eram verdadeiras.
‘Mas…’
Nora olhou para a princesa.
Os vislumbres que Nora teve do corpo da Princesa durante o banho eram tão puros e brancos quanto jade.
A pele da princesa parecia delicada e macia, exigindo que Nora a tratasse com ainda mais cuidado do que a de um bebê, com medo de machucá-la.
Além disso, os cabelos dourados da Princesa caíam abundantes e abundantes, como mel. Seus olhos rosados, sutilmente brilhantes, eram extraordinários.
Ela brilhava com uma vitalidade que parecia impossível de encontrar naquela terra árida.
‘O cabelo da Mariam é até cor de lama. Ela insiste que o dela é cor de chocolate, mas é meio engraçado. Dizer que é chocolate sem nunca ter provado.’
Perdida nesses pensamentos, Nora olhou para a princesa, aparentemente esquecendo o que ela disse.
Por outro lado, os olhos de Amber, observando Nora, tinham um frio semelhante ao gelo na pétala de uma flor.
Era o olhar de arrogância que aqueles nascidos para governar de cima podiam possuir. Os olhos da realeza que julgam a utilidade e o valor daqueles abaixo deles.
Depois do banho, quando Amber entrou no quarto, a lareira já estava acesa. Nora claramente havia acrescentado uma quantidade considerável de lenha, garantindo que ela queimasse a noite toda.
“As empregadas do passado não eram tão meticulosas.”
Nora foi excepcionalmente favorável a ela.
No Norte, onde havia uma forte tendência a rejeitar forasteiros, especialmente alguém como ela, ela precisava de pessoas para espalhar boatos positivos. A personalidade de Nora era perfeita para esse papel.
“Você não gostou? Queria te dar um presente para comemorar o nosso primeiro encontro.”
“Oh! Não, não. É precioso demais para alguém como eu. Você o trouxe de uma terra distante. Uau, é um item precioso que combina com a Princesa. É demais para mim!”
Nora, recuperando a razão de repente, assentiu apressadamente. Nora era sincera.
O que uma caipira como ela faria com algo tão precioso? Itens como esses deveriam ser usados por alguém tão elegante quanto uma flor. Em suas mãos, seria como um colar de pérolas no pescoço de um monstro.
“Aceite-o como um símbolo do meu povo. Espero que continue me ajudando amanhã.”
“Eu? Sério?!”
“Sim. Você quer ser minha empregada doméstica?”
Amber deu um tapinha gentil na mão de Nora enquanto a segurava.
Amber nunca usava nenhum item sem valor significativo. Até mesmo este pente de prata tinha valor artístico. Para ela, todo item bonito era precioso.
Nora ficou comovida e com os olhos marejados pelo gesto.
‘Para aqueles que serão leais a mim. Para aqueles que não serão. Para aqueles cegados pelo dinheiro. Para aqueles que não podem ser influenciados pelo dinheiro. Eu serei capaz de discernir todos eles.’
Qualquer um que tentasse roubar os presentes recebidos por Nora seria expulso. Aqueles que zombassem e xingassem Nora pelas costas também seriam expulsos.
Tais indivíduos não eram necessários neste castelo.