Psicopata Alegre - Capítulo 08
Channa se levantou, batendo na mesa, sem se importar com os olhares penetrantes ao redor.
“Você pode levar um tiro se tentar fazer isso!”
“Exatamente, mas eu vou tentar, mas não vou desertar completamente. Vou criar confusão.”
“Unnie*, você é algo especial! É assim que é ser alimentada com peixes e ter sua barriga aberta!”
*Unnie – irmã mais velha
O que ela está planejando não é um pouco demais? Mas Han Seoryeong não se importou.
Seoryeong bebeu chá de bom humor enquanto observava Channa correndo por aí com o rosto vermelho.
Ela disse que estava na casa dos vinte e poucos anos e, de fato, parecia cheia de energia. Tal vivacidade era pouco familiar, mas revigorante.
“Channa disse que a comida do NIS era deliciosa.”
“Claro que eu te disse, mas parece que você vai comer arroz com feijão e sangue!”
“Mas como uma mulher como eu, sem nenhuma habilidade ou capacidade, pode encontrar um agente negro desaparecido que desapareceu de propósito?”
Em sua voz baixa, havia uma sensação de desespero.
“Então, eu deveria ser pego em marcha ré.”
Seoryeong olhou pela janela, tocando levemente seu pulso. Os traços do encontro íntimo que seu marido havia gravado já estavam completamente apagados. No entanto, ela lentamente traçou sua pele, relembrando a dor que a contorcia.
Uma simples agressão ou ferimento não seria o suficiente para atrair a atenção de Kim Hyun. Então, capturar um criminoso não era uma opção. Para confrontar o agente do NIS, ela tinha que ser notória e cometer crimes internacionais.
Mas Seoryeong agora era uma dona de casa que tinha acabado de sair de sua fantasia, e seu marido estava à solta.
“Então, vou tentar a deserção.”
Sim, seria pelo menos uma violação da Lei de Segurança Nacional.
Isso é algo que ela poderia fazer apenas com seu corpo nu. Eles vão suspeitar de Seoryeong, que tentou desertar para a Coreia do Norte, e vão interrogar e investigar.
Então, o que aconteceria se alguém visse Kim Hyun, que era indubitavelmente suspeito? Eles não ficariam desconfiados de Kim Hyun?
“Aaah…!”
Channa lamentou, puxando os próprios cabelos.
“Se me pegarem tramando algo assim, meu cunhado vai mandar arrancar meus cabelos!”
O cunhado dela era aquele chamado Jeong Pil-gyu que ela tinha visto antes. Channa calmamente acrescentou.
Pensando em uma garota que era estranhamente leal para apenas uma funcionária, Seoryeong assentiu. Ela era família.
À menção da palavra “família”, uma pontada de desconforto a percorreu, mas logo ela casualmente mascarou sua expressão.
“Unni, você não está pensando no que vai acontecer depois que você for pega? Você está determinada a arruinar sua vida preciosa? Que vingança e romance há!”
“Minha vida não é tão preciosa quanto eu pensava.”
“….”
“É o suficiente. Mesmo que por apenas um momento eu pudesse vê-lo novamente.”
“Então o que?”
Para isso, Seoryeong apenas calmamente tomou seu chá. O café estava bem animado, com alegres canções pop e vozes de clientes se misturando.
Em meio à atmosfera agitada, ela sozinha exalava uma vibração diferente, perdida em seus pensamentos.
Com seus cabelos ondulados e soltos, um pescoço reto como o de um cervo, uma aura limpa e arrumada, sem uma única falha, ela cativava os olhares das pessoas, ignorando o ambiente animado.
Seu olhar naturalmente caiu sobre um casal com uma criança. Seoryeong sozinha, absorta em seus pensamentos, criou um clima diferente.
“Unni, você está pensando em matá-lo ou amá-lo mais? O que você fará?”
Os dedos de Channa, prestes a agarrar o copo, hesitaram por um momento.
“Acho que seria legal tentar os dois, se permitido.”
“….”
“Sentir falta de alguém, mas querer matá-lo… É doloroso todos os dias pensar em como não consegui encontrá-lo.”
O som do bebê chorando chamou sua atenção novamente e ela virou a cabeça para olhar pela janela.
Talvez fosse apenas um dia comum, mas para Seoryeong, cada momento parecia ser picado por agulhas, espirrado com água fria e espancado com um porrete. Cada dia sem ele parecia assim.
Kim Hyun não só tirou sua visão, mas também roubou o tempo que eles construíram juntos. Era irritante, e a injustiça a mantinha acordada à noite.
Ela foi usada como parte de uma missão que ela não tinha ideia do que era.
“Não passe por baixo da ponte—”
Channa interrompeu impulsivamente.
Ela ouviu que sua visão definitivamente melhorou, mas agora Seoryeong está tateando o ar como se estivesse cega de novo. Quando ela viu isso, ela ficou irritada por um motivo.
“Já que você vai ser pego de qualquer jeito, não sofra. Vá de carro.”
***
**Em Paju, província de Gyeonggi, a Ponte da Unificação atravessa o Rio Imjin em uma área de fronteira. Sendo adjacente à Coreia do Norte e servindo como uma entrada para o escritório de imigração intercoreano, a área estava sob controle militar rigoroso. A investigação e o reconhecimento foram todos concluídos.**
—
“Huh…”
Seoryeong entrou no carro do marido e segurou firme o volante.
O objetivo real dela não era de fato deserção, mas apenas fingir que tentava. Era apenas uma performance, ser pega disfarçada de alguém tentando deserção para ser submetida a um interrogatório por um agente do NIS.
Não muito tempo atrás, quando ela se sentou no banco do motorista, ela não conseguia nem se mover. O assento, ajustado ao físico de Kim Hyun, parecia muito precioso e desconfortável. Ela sentou-se ali, sem expressão, aparentemente inconsciente da passagem do tempo, como se estivesse atordoada.
Qual o sentido de desaparecer como um fantasma, deixando para trás tais rastros? Seoryeong pisou no acelerador como se quisesse soprar para longe as emoções que sentia naquele momento.
Passando pelo Parque da Unificação e Imjingak, ela dirigiu distraidamente pela estrada. Gradualmente, as barricadas amarelas alinhadas em pares e triplos, com uma grande placa de aviso instruindo uma conversão em U, apareceram.
Era o posto de controle sul da Ponte da Unificação.
Uma área de controle de acesso civil.
Dali em diante, ela precisava de uma autorização de entrada.