O pecado de estar ao teu lado - Capitulo 02
— Olá, Vossa Alteza Nergal. Já faz um tempo.
Enquanto Ir estava momentaneamente perdida em velhas memórias, alguém reuniu coragem e se posicionou diante de Nergal em meio à multidão murmurante.
Era um nobre que Ir conhecia bem. Essa pessoa sempre fazia questão de cobrir o nariz e a boca com um lenço sempre que a via, reclamando como se algo nojento vagasse pelo palácio.
Toda vez que se encontravam, seus olhos estavam cheios de indisfarçável desprezo e repulsa.
Mas agora, a mesma pessoa tinha uma expressão completamente diferente. Mesmo enquanto cumprimentava Nergal, seus olhos estavam ocupados roubando olhares para Ir.
Depois desta saudação, ele abriu a boca apressadamente.
Com a menção desse nome, Ir inconscientemente prendeu a respiração. Ishtar era seu nome na infância.
O nome da deusa da guerra que seu pai, o Cavaleiro Comandante, lhe dera quando vivia no Reino de Levante, esperando que ela trilhasse o caminho da espada. Agora era um nome que ninguém conhecia, exceto Nergal.
Enquanto falava, Nergal pegou cuidadosamente a mão de Ir e beijou seus dedos.
— Eu a chamo de Ir… Ela está hospedada comigo.
Um murmúrio suave se espalhou pela multidão reunida. Até mesmo o nobre que havia perguntado sobre ela ficou ali boquiaberto, olhando fixamente para a cena.
Tais trocas de cumprimentos entre homens e mulheres não eram particularmente surpreendentes. No entanto, isso era durante um banquete e, mais importante, tal comportamento era apropriado apenas entre casais que tinham anunciado publicamente seu relacionamento.
Uma marca vermelha permaneceu onde os lábios dele tocou. As mulheres que estavam a uma distância coraram com a ação que claramente mostrava que não era apenas um gesto casual. Todos estavam ocupados desviando os olhos, sentindo-se mais envergonhados do que se tivesse se deparado em um encontro secreto.
— Ah, hum… Percebo, ela parece ser alguém muito próximo seu.
— De fato. Agora, você se importaria em se afastar? Estou com um pouco de urgência.
Ao dizer isso, Nergal acariciou os nós dos dedos de Ir com seu polegar. Embora ele não estivesse dizendo nada obsceno ou tocando em lugares íntimos, os rostos dos observadores coraram novamente.
Isso demonstrou a intensa paixão contida no toque atual de Nergal.
— Ah, sim! Claro! Peço desculpas!
Quando o homem deu um passo para trás, Nergal começou imediatamente a andar. Ao contrário de seu comportamento composto de sempre, ele parecia um pouco apressado, e as pessoas não conseguiam tirar os olhos do casal que se afastava. Era óbvio por que Nergal estava com tanta pressa.
Assim que o casal desapareceu de vista, as pessoas finalmente soltaram a respiração e olharam entre si.
— Meu Deus, o que foi isso?
— Eu sei. Em pensar que o sempre correto Príncipe Nergal…
Qualquer um podia ver a urgência na atitude de Nergal, seu desejo de chegar rapidamente a um espaço privado.
As pessoas observaram as figuras de Nergal e Ir se retirando, então trocaram saudações apressadas e seguiram caminhos separados.
O palácio ficará muito agitado com conversas sobre aquela mulher por um bom tempo.
***
Ao som de passos apressados, aqueles que estavam na frente do escritório recuaram.
— Bem-vindo, Vossa Alteza Nergal.
Ishin, o ajudante de Nergal, que estava parado na frente da porta do escritório, abaixou a cabeça.
Mas Nergal nem olhou para ele quando entrou no escritório e fechou a porta com força.
BANG!
Ishin olhou para a porta fechada com uma expressão nada surpresa, como se esperasse por isso, então se virou e deu uma ordem aos funcionários assustados.
— Parem todos os seus trabalhos e desçam.
A equipe hesitou momentaneamente, mas logo seguiu as ordens de Ishin sem dizer uma palavra.
Enquanto reuniam seus pertences, a equipe se lembrou da cena que tinham acabado de testemunhar. O jeito urgente de Nergal, que eles nunca tinham visto antes. E a mulher cuja mão ele segurava.
Mesmo sem a ordem de Ishin, qualquer pessoa com bom senso saberia que, até que Nergal os chamasse, ninguém deveria entrar ou mesmo ficar à espreita naquela área.
Ir prestou atenção aos sons que se afastaram do lado de fora, esperando que todos os vestígios de presença desaparecessem.
Quando o silêncio completo finalmente caiu, ela tentou soltar mão de Nergal.
Mas Nergal agarrou o outro pulso dela também, empurrando-a contra a parede.
Não foi violento. Em vez disso, foi um movimento lento. Mas Ir não conseguiu soltar as mãos dele.
— … Senhor Nergal?
Ir, perturbada, tentou tardiamente se livrar dele e da parede, mas quanto mais ela tentava, mais Nergal se pressionava contra ela, prendendo-a.
Sentiu uma sensação estranha de impotência.
Quando foi a última vez que alguém a dominou fisicamente assim?
Mas não estava com medo. Este era Nergal.
Ele era alguém que ela não precisava temer. Além disso…
Quando Ir moveu as mãos, aparentemente pedindo para ser solta, Nergal acariciou seus pulsos com o polegar.
Ela conteve um gemido diante da sensação de cócegas claramente sentida. Quando Nergal acariciava o interior dos pulsos, era uma espécie de sinal.
Um aviso de que ele queria possuí-la imediatamente.
Quando Ir perguntou com os olhos arregalados, Nergal, deu mais um passo em vez de responder.
A distância diminuiu até que seus corpos foram pressionados um contra o outro sem nenhuma lacuna. Com a pressão contra seu peito, Ir inconscientemente respirou fundo.
Esse tipo de contato físico era algo com o qual ela nunca conseguia se acostumar, não importa o quanto tentasse. Especialmente quando era com alguém que estava desesperado para devorá-la.
Através do fino tecido, ela podia sentir claramente o membro dele pressionando-a.
Mas, como sempre, Nergal não se precipitou.
Devagar e gradualmente se esfregou contra ela enquanto sussurrava.
— Ir, você deve manter sua promessa.
Com essas palavras, os olhos de Ir mudaram. A confusão neles foi substituída por chamas azuis. Ir estendeu a mão e envolveu os braços em volta do pescoço do homem. Nergal cedeu ao toque como se estivesse esperando por isso.
As pernas dela, que o haviam aceitado, se abriram mais, e os dedos longos e grossos do homem deslizaram entre o tecido macio. Sentindo-o entrar com uma facilidade familiar, Ir jogou a cabeça para trás, tonta.
Nergal beijou seu pescoço exposto. Com o calor pegajoso, Ir realmente sabia que ele a tomaria aqui e agora.
Ela não sentiu nenhuma aversão. Nergal havia diligentemente acostumado seu corpo às ações dele nas últimas semanas, certificando-se de que ela ficasse devidamente molhada, e havia se tornado bastante habilidoso em dar prazer em vez de dor. Acima de tudo, isso era algo que ela tinha que fazer.
— Se você faz um contrato, você deve pagar o preço.
Este era um contrato.
Um contrato em que ele a ajudaria em sua vingança, e ela entregaria seu corpo ao homem.
Entregando-se completamente enquanto o homem explorava habilmente sua região íntima, Ir fechou os olhos.
‘Como chegamos a esse ponto?’
A morte de seus companheiros, sua aparência completamente alterada, fazendo um contrato inesperado com um príncipe que não gostava dela para se vingar de seus companheiros.
Tudo isso começou quando a Espada Sagrada apareceu.
Continua….